Wednesday, February 23, 2005

conto

Vou fazer alguma coisa.
A minha vida não está a correr bem.
No meu pesadelo estás a dormir na minha cama.
Estou a ouvir a música que me faz chorar e tu estás a dormir duma forma tão angelical.

Quero tocar-te...

A força do meu braço está fraca.
Tenho uma voz na cabeça que me diz que será a última vez que estarei a olhar para ti assim.
Porquê?
Mereço isto?
Diz-me...
Diz-me que sentes calma junto de mim.
Estou às voltas com a minha mente para arranjar uma resposta para este enigma.
Como conseguirei partir este vidro que nos separa?
Estou vivo.
Devia beijar-te antes que fique frio.
É agora ou nunca.

Estou preso.

Onde está a chave da janela para respirar o ar fresco que tu emanas?
Faz com que isto aconteça...
Estou a tremer...
Estou tão nervoso.

Preciso de ti.

Preciso de sentir-te mais uma vez.
Estará alguém a rezar por mim?
Poderei usar as minhas asas?
Sei que só podemos voar uma vez...
Mas tenho a certeza que a minha oportunidade é esta.
Não me consegues ouvir...
Se não tiver esta oportunidade a minha vida estagnará aqui.
Serei um perdido.
Correrá à frente de mim.

Eu serei o passado...

Nunca alcançarei o presente.
Todas as manhãs de chuva chorarei.
Que farei a seguir?
Talvez tenha que dormir sempre que te queira relembrar.

Não quero sorrir.

Quero ser actor.
É o meu desejo.

Nunca te esquecerei.

Desculpa...

Mas sinto-me bem ao lembrar-me.
Escondo tudo de ti se quiseres.
Custou-me tempo e dedicação.
Preserverei este momento.
Vou embalsamá-lo no meu coração.
Mesmo que acabe sózinho.
Tenho ouvido dizer que o tempo é a solução.
É mentira.
Posso viver sabendo essa verdade.

Sinto a tua falta...

Sinto mesmo a tua falta...

Gostava de te ter perto de mim.
Tu, sendo o meu destino.
O meu sonho inconcretizável.

Ficarei sózinho.

Está quebrado...
Meu coração está quebrado há muito tempo.
Dançarei ao som da tua voz no meu conto.
Contarei a minha história, não a nossa, ao mundo.

Tenho medo...

A minha evolução depende da tua fotografia.

A verdade é que eu nunca parti o vidro.

Nunca tentei beijar-te.

Sou um prisioneiro do meu passado.

Perdi-te para sempre.


by Pedro Monteiro

boomerang

Subtrai-se o passado,
Soma-se a honestidade,
Multiplica-se a tranquilidade
E divide-se por todos.

Subtrai-se o medo,
Soma-se a auto-estima,
Multiplica-se a confiança
E divide-se pelas fases da vida.

Subtraiem-se os preconceitos,
Somam-se as mentes abertas,
Multiplicam-se as apostas
E divide-se pelo mundo.

Subraiem-se os deprimidos,
Somam-se os felizes,
Multiplica-se por alegria,
E divide-se por todos os corações.

Subtraiem-se as lágrimas,
Somam-se os sorrisos,
Multiplica-se por amor,
E divide-se por cada alma.

Aqui está tudo o que eu gostaria de sentir.
Tudo o que queria eliminar.
E se pudesse o que faria por todos nós.
Mas neste mundo as coisas mais simples serão para sempre as mais complicadas.


by Pedro Monteiro