Sunday, May 22, 2005

no silêncio mudo da noite

“Perco-me na ternura da minha insanidade.
Temo pelo conforto da minha tristeza.
Assusto-me quando fecho os olhos.
No rebentar das ondas eu espero.
No pôr do sol eu fico.
Começarei de novo quando conseguir voar outra vez.
Virei as costas ao horizonte dos teus lábios.
Já nem os mergulhos no mar me lavam a alma.
Duma pequena ferida nascem grandes curas.
Dum grande sacrifício nasce um fantástico destino.
Estarei disposto a carregar este fardo.
Surpreendentemente estarei disposto a muito mais.
O mundo sofrerá alterações periódicas inesperadas.
Mas só eu sei.
Só eu escolherei.
Só eu saberei mudar.
E no frio da noite esconderei a minha eterna vontade de te dizer venci.
Ganhei o troféu da minha experiência de sorrir.
Perdi o da vontade de chorar.
Mas vencerei a batalha de decidir.
E ninguém, nem tu sentimento de culpa, me fará voltar atrás e esconder-me outra vez da minha verdade absurda que me escuta no silêncio mudo da noite."


escrito por Pedro Monteiro