Thursday, January 13, 2005

Não me importo

De que nos vale pensar
que um dia vamos ser felizes,
se a morte está à espreita
para ficarmos quites.
Ela rege-se pela ideia
de que a partir do momento
que estamos no berço
temos que lhe retribuir
e criar um caixão.
Como se fosse uma obrigação
ela vem cobrar-nos a vida.
Aquela que ideializámos perfeita e normal.
E quando menos esperamos,
Tudo muda...
E o mundo sabe.
Para mim dizer adeus um dia
será como cair num poço
que nunca conseguirei sair.
Mas se tenho que ir,
Não fugirei.
Mas como sonho,
ainda acredito que o meu passado passe para o presente
e o presente se torne no meu futuro.
Se pensarmos um pouco,
quando estamos à beira do mar,
a brisa que sentimos
traz-nos pensamentos esquecidos.
Sentimentos que não se explicam.
Sentimentos que afinal existem...
Eles estão mesmo cá.
Mas depressa me arrependo e relembro que
dar tempo ao tempo
é perder o meu tempo,
é errar sem ter absolvição,
é deixar passar o tempo,
que nunca volta atrás.
Se tenho que morrer um dia,
se isso é o pagamento de um arrependido perdido,
Aguardo que tudo mude...
E não me importo que o mundo saiba.