Pisado sem esforço
A escolha foi tua.
É nela que escondes a tua cara e a tua vergonha.
Na sombra dos anos ganhei força.
Já não me vingo, ignoro atento.
O teu calculismo corre na chuva intensa do Inverno.
Eu, vivo no ar seco do Verão onde te desprezo, embelezando o dia com integridade e esquecendo a escuridão dos teus actos tão ridiculamente premeditados.
Canto para as vítimas da desilusão uma cantiga de esperança.
Magicamente demonstro que há esperança e beleza nesses horizontes quase extintos de pureza.
O que vai na tua mente?
Porque não me enfrentas?
Tens receio de uma derrota óbvia?
Porque não aceitas a verdade?
Porque não admites a inveja sentida?
Não és capaz de melhor que isso?
O teu sangue tem veneno de quem não tem nada a não ser essa intriga galopante.
Quando pensares que saciaste a tua vontade, vais matar de vez a tua imagem reflectida nesse espelho já ofuscado pelas tuas mentiras.
E irás olhar e sentir repugnância daquele monstro que estarás a ver.
O monstro ao qual todos viraram as costas.
E já tarde.
Ontem já era tarde.
É muito tarde para uma desculpa de um acto tão ridiculamente premeditado.
Porque já nem mentir sabes.
A verdade divorciou-se de ti.
És doente.
Assistirei de perto à queda de um enganado pela própria teia.
Desta vez, deste forma à tua imagem suja que todos sentem repugna.
Quando menos te aperceberes vais ser pisado sem esforço pela integridade que é tão superior à tua imagem.
A verdade chega sempre ao seu destino, ao desprezo.
escrito por Pedro Monteiro