Monday, January 31, 2005

Palco da vida

Apetece-me voar.
Quero sentir-me grande no meu mundo.
Fazer um filme.
Mais um filme.
Uma comédia que não seja dramática.
Algo impossível.
Melhor, possível mas inalcansável.
Quero ser rico.
Não quero ter limites.
Quero ser o protagonista.
Ser o mau da fita não faz o meu género.
Os maus da fita escolho eu. Não é muito difícil saber quem são.
Mas quem faz mal terá o triplo da maldade um dia.
Somos tão novos e não aproveitamos a vida.
Os amigos são muito relativos.
Eu questiono-me quem é puro numa amizade?
Somos tão novos...
Perdemos tanto tempo com aborrecimentos.
Mais vale seguirmos sózinhos.
Prefiro realizar o meu filme e não ver ninguém.
Chamem-me esquizofrénico.
Tenho o meu mundo.
Se alguém quiser se opor que tente.
Pensam que sabem o que vai na minha cabeça?
Garanto que não.
Não sei se é bom.
Mas sempre me fechei em copas e assim gosto de estar.
Adoro o meu espaço.
Prefiro estar sózinho e pensar.
Penso muito.
Faço muitos filmes.
Alguns são muito estranhos.
Mas divertem-me.
Minha memória nunca falha.
Sou também muito esquecido.
Esqueço-me de datas importantes.
Ofendo as pessoas por me esquecer.
Ofendo as pessoas por tudo e por nada.
Fúteis.
Perdem tanto tempo...
Conseguem ser pobres no seu próprio pensamento.
Não percebo.
Orgulho-me de mim no geral.
Não sei que orgulho têm os maus da fita.
Objectivo principal na vida: definir prioridades.
Gerir o nosso tempo.
Não custa nada.
Não desperdicem tempo.
A vida não é muito longa mas também não é curta.
Eu quero chegar a velho e dizer: Gostei de viver.
Nem que para isso tenha que continuar a escrever, fazer filmes na minha mente ou gritar muito alto no meu silêncio profundo.
Porque sou assim.
A vida é um filme.
A vida é um disco.
A vida é uma obra de arte.
E eu pinto, realizo, canto e interpreto a personagem principal da minha vida.
Serei transparente independentemente das consequências que isso me traga.
Serei sempre o actor principal da minha própria vida.
Nunca deixarei ninguém ocupar esse lugar.
Não vale a pena.
Não vale a perda de tempo.
É sempre uma perda.