Thursday, April 17, 2008

Involuntário



Na subtileza de um olhar
Cresceu a vontade de te ver.

No meu fado da distracção,
Canto-te agora a minha ilusão.

Mas nela estou sozinho...

Não fui eu que pedi a saudade.
Na realidade, por dentro estava morto.
E assim achava que era justo ficar.

Mas o teu sorriso reanimou-me a alma.
Já sinto...
Sozinho...
Sinto algo que se move cá dentro...

Sem a tua companhia nisto é tudo tão confuso.
A minha mente está deserta.
Tu és como uma miragem.
Quando estás ao longe, mais ninguém importa.

Quando te vejo, os pensamentos atingem velocidades nunca antes imaginadas.
Como será que me vês?

Que tonto que sou, não é?
Sou o tonto que sente a anestesia geral quando te observa.

Mas quero que saibas defesa, que na minha mente agarro-te com carinho para te confortar.

E estranhamente adoro sentir tudo isto.
Sentir o que por palavras não se explica.
Sentir o que dito é sempre um livro incompleto.
Sentir o poema que faz os outros esquecerem todos os seus problemas e sorrirem.
Mas que para ti, são só palavras que me devem trazer a uma realidade bem mais escura onde me devo apenas esconder.

Não foste tu, fui eu que assim me senti.



escrito por Pedro Monteiro

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