Tuesday, June 23, 2009

Curta-metragem de um anjo que chegou e fugiu.



Fui por ir.
Mas vi-te e a magia acabou por acontecer.
Passou o tempo e esqueci-te.

E procurei entender porque te reencontrei.
Até que percebi que não foi milagre.

Mas à terceira foi de vez e já não deu para fugir de ti magia calorosa que me enfeitiçou.

Apanhaste-me desprevenido mas foi tao confortável sentir a diferença com que tu voltaste.
Fui teu nesse momento mas disse não.
E ali logo percebi que desta vez não era para te afastar.
O erro era fugir de algo bom que me estava a acontecer.

Tudo estava mau e nessa noite disse vamos voar o mais alto que pudermos.
E sinto agora que acabou mas que voei até ao espaço infinito teu.

E por mais que doa o fim não me arrependo nem por um segundo de ti.
Amei a vida como já não amava o ser.
E disse sou teu.
Tens aqui a minha alma, o meu calor e a minha vida faz dela o que quiseres.
E tu propuseste, fizeste acontecer.

E fui tão feliz.

Já fui feliz de mil maneiras nesta vida.
Mas espero um dia que te reencontre noutra vida e que tudo seja ainda melhor.
Porque nunca direi adeus a quem me marcou o coração com uma cicatriz.
Não é uma cicatriz má.
É uma ferida que não sara mas por bem.
Porque a lembrança ficará e fará o esboço da minha boca sorridente de ter sido abraçado por ti nas noites quentes e frias do amor.

Nada por mim.
Tudo por nós.
E no fim serás feliz.

Isso deixa-me bem comigo mesmo.
És forte na angústia que sinto e isso neste labirinto mal esclarecido foi tão bom.

Protegi-te.
Cuidei de ti.
E quem me dera morrer a pensar que o fiz até deixar de respirar.
Mas sei que alguém sentirá o carinho do teu beijo envolvente que toca no meu coração.
Se tu sentires felicidade então toda a minha vida já terá um chão onde posso sentir que estou no caminho certo.

Foste tudo para mim num período curto de tempo.
Curto na definição de tempo para mim tu és eterno, amor que me deu certezas confusas e inesperadas.

A cada viagem, a cada momento, a cada imagem que observo, a cada sítio que revisito sem ti, a cada cheiro que é igual a ti, a cada lembrança ou a cada despedida de muitas, eu choro lágrimas de tristeza de acabar mas também são lágrimas de quem amou e sentiu de certa forma o teu amor.

Questiono-me se algum dia te direi adeus e sentirei que é o fim.
Porque nunca pensei ser capaz de dizer adeus a um sentimento tão forte, a uma lembrança tão recente ou até um amor já perdido.

Espero que noutra vida tudo seja diferente contigo.
Nesta vida foste uma saída para a minha solidão triste que precisava de te encontrar.

Fui tão feliz no conforto do nosso lar, aquele que um dia dissemos que era nosso com tanta certeza e convicção.

Tens o dom da palavra.
Usaste as palavras certas nos momentos certos para me fazeres sorrir e sentir feliz.
Adorei cada segundo, cada minuto, cada lágrima, cada abraço, cada rotina, cada beijo que me fez pular o coração, cada adeus, cada presença tua e cada coisa que fiz a teu lado.

Foste um anjo que caíu do céu.
Um anjo especial que desceu dos céus para me fazer feliz.
Isso já agarrei na minha mente e ninguém me vai tirar nunca.

Mesmo sem ti, amar-te-ei do meu jeito e nunca, mas nunca vou esquecer tudo de sobre o romance que escrevemos juntos.

Um adeus que nunca vou aceitar.
Um fim que não foi o que quis.
Um amor que não quis matar.
Tudo por ti.
Tudo o que faço é para te fazer descansar a alma.
O teu conforto é o meu sorriso.
A tua ignorância é para ires e não olhares para trás.
O futuro é teu e eu sei que lá bem no fundo do túnel está a tua luz.
Luz que já brilha à tua espera.
Luz da tua felicidade.
Não sou a tua luz.
Mas brilhas nos meus olhos de água.

Adorarei para sempre sorrir pensando nesta curta-metragem em que fui feliz.

O pequeno excerto em que senti tudo o que o amor tem de bom para dar.
Obrigado vida por esta surpresa perdida.
Obrigado amor por teres entrado no meu coração, mesmo tendo sido de passagem.
Amei o amor,
protegi o teu bem estar,
tentei fazer-te feliz
e não serei a tua luz mas quero brilhar na tua lembrança para sempre.



by Pedro Monteiro

Monday, November 17, 2008

De cara escondida, imagino-te.




Não te vejo e já pouco te falo.
Já não sei o que dizes quando acordas de manhã.
Mas imagino-te.
Imagino-te tão bem.
És a imagem que me segue a cada passo que dou.
És o cheiro a que cheira tudo o que cheiro.
És tudo o que eu quero ter e não te sinto.
Não tás aqui nem ali.
Mas eu imagino-te.
Quero dizer-te, imagem que me segue, que não és como te pinto.
Acho que não o és.
Já me habituei a imaginar-te tão bem.
Mas faço-te uma festa na cara quando te imagino.
Amo a forma como te costumo aperfeiçoar.
Amo a maneira como olhas para mim.
Amo quando me dizes um simples amo-te que para mim significa o mundo.
Mas és só a minha imagem.
Não te tenho, mas sabe bem este panorama visual diário.
Mas a realidade é, que a cada dia, és pior.
A cada dia que passa, entendo melhor a realidade que me envolve.
Sou a miséria sem ti.
E assim estou.
Miserável.
Quero que me ames como te amo mas não nesta imagem.
Até pode ser à tua maneira.
Mas amo-te.
Quando era pequeno perguntei à minha mãe o que era amar.
Ela disse-me que era quando olhava para o sol e sorria porque me lembrava de alguém.
Disse-me também, que quando pensasse em alguém e sentisse cada célula do meu corpo era porque amava alguém.
Se sentisse o fervor da adrenalina com o cheiro de alguém e quisesse abraçá-la tudo indicava o mesmo.
Que te amava.
Também me disse que iria sentir que me tinham levado o coração quando alguém não estava por perto ao ponto de sentir um ligeiro sufoco.
Acho que estes pormenores são comuns a cada palavra de uma mãe que nos ama mais que a vida.
Mas minha mãe poderia ter-me poupado a tudo isto se me mentisse.
Ela não me disse que poderiam não me amar quando eu amasse alguém.
E assim foi.
Agora nem tenho vontade de lhe perguntar porque me mentiu.
Sei que ela iria sofrer por eu a acusar de tal coisa.
Mesmo que eu lhe dissesse que sofro contigo sem me teres feito mal, estaria a ser muito cruel.
Não tens culpa.
És tu.
Não me apaixonei.
Pela primeira vez amei como a minha mãe um dia me pintou o que era amar.
Amar é tudo o que sinto por ti.
Amar é inexplicável.
Amar é um desespero que me corta a respiração quando te imagino.
Imagino-te a amar.
E tenho que te dizer, imaginar-te a amar é algo que me conforta.
És o dia que me preenche.
És o passado que me bloqueia.
És o presente que não move.
E no futuro... acho que te vou continuar a amar em segredo como o fiz até aqui.
És o meu segredo que só a ti contei.
Amar-te é um distúrbio confortável nesta esperança de quem espera que ames.
Mas tenho tempo.
Sei que não vou amar mais ninguém.
A minha mãe por fim disse que amar é eterno.
Por isso, vou esperar para ver se me queres amar.
Amo-te imaginação que me aquece a alma fria.
Escondo a cara quando me falam de ti.
Finjo outra cara quando minto e digo que já nem tou a ver quem és.
Mas a verdadeira cara só eu sei como é.
Fico feio e disforme.
Pareço aquele criança que perguntou o que era amar à sua mãe.
Já nem pareço quem conheces.
De cara escondida, vou-te imaginando.


escrito por Pedro Monteiro

Thursday, September 18, 2008

Quem me viu e quem te vê



Sinto-me silenciado pela motivação que transmito e me esgota.
Quero que fiquem bem mas na minha cabeça é-me dito que é injusto.
Não me vês como sou.
Não percas a noção,
porque o passado ainda é o meu presente e o futuro assim o manterá.
Mudaste...
Não digas que não porque os dias já mudaram faz tempo.
O teu jeito conturbado de me escapares quando te revejo
denuncia a tua persistência em te enfiares em esconderijos de atitude vulgar de quem quer que a minha mente caia em esquecimento.
Perco o controlo no meu peito só por te ver fugir.
Desilude-me pensar a fundo na morte da tua atenção.
Perdi-me em desânimos palpáveis.
E tu,
nunca te sentiste bem a cada abraço da minha ternura?
Desprezas-me e congelas-me o sangue que costumava ferver quando sentia o teu cheiro.
Este silêncio pertuba-me os tímpanos...
Não estou sentido com algo,
estou apenas triste contudo.
Tristeza essa palavra forte que sentimos quando amamos.

Amor?

Eu não usei esta palavra...
Quem me viu e quem me vê...
Quem te viu e quem te vê...



escrito por Pedro Monteiro

Friday, May 09, 2008

Sufocado




Preciso de te sentir por perto.
Não te consigo explicar.
Damos por garantido que estamos presentes.
Mas temos que ouvir tudo e desacreditamos todas as memórias que no fim de contas foram inventadas pela mente.
Não é justo ser cego num dia tão claro.
Os sonhos pregam-nos partidas e o coração entra num curto-circuito que nos assusta.

A vida é a minha luta interior com as realidades envolventes.
Mas agora não quero crescer mais...
Já tem sido o suficiente o que vi e senti.

Sinto que tudo o que me faz sorrir me tem passado ao lado.
E que pela primeira vez não congelo.
Pela primeira vez não consigo desligar o botão de detonação desta bomba no meu peito.

Talvez nos encontremos mais tarde.
Esta luz ilumina a dor que só a mim me esfaqueia por dentro.

Sufoca me ver os segundos passar para te dizer que sinto a tua falta.

Precisava do teu abrigo nesta tempestade.

Vou ver a sombra da lua no mar.
E falarei contigo por horas na minha imaginação.
E segurar esse momento para sempre.

Porque sei que se isso acaba, não me sentirei um homem melhor.
E sentirei a agonia da perda total da minha imagem atrapalhado no teu pensamento.

E mergulho de novo neste mar de sentimentos.
Não sei explicar porque me sinto agarrado a toda esta história.

O monólogo que parece ser ouvido mas não comentado.
A música que canto para um público que no escuro não bate palmas.
O eco de um grito mudo que retorna a mim.

Abraça-me para eu fechar os olhos encostado a ti.
Prefiro ter a ideia que há sempre mais,
do que aproveitar cada atenção tua como se o mundo acabasse amanhã.
Espero que o tempo te traga saudades de me ver.
Não quero sentir que nos perdemos a meio caminho.

Nesta guerra ora fujo e escondo-me, ora agarro-te e perco-te mais um pouco.

E nos entretantos sufoco com sentimentos tão bons que os demonstro mal.

Mas acredito que mudes e percebas o que é tropeçar nos degraus desatentos da tua beleza.
E me vejas para além dos olhos e,
deixes o teu interior ser tocado pelas minha mãos que tremem quando sentem o teu cheiro.

E nos entretantos vejo-te na rotina de cada novo caminho,
em que espero que estejamos um pouco mais perto de uma realidade desejada só por mim.
E olharei em segredo para ti e imaginarei que faço diferença nas multidões.
E espero por o dia em que sentirás o que sinto e aí sim, viverei como se amanhã fosse sempre o fim.
E serás feliz, história que espero ser contada.
Quero-te fazer muito feliz, descoberta que me embaraça.



escrito por Pedro Monteiro

Thursday, April 17, 2008

Involuntário



Na subtileza de um olhar
Cresceu a vontade de te ver.

No meu fado da distracção,
Canto-te agora a minha ilusão.

Mas nela estou sozinho...

Não fui eu que pedi a saudade.
Na realidade, por dentro estava morto.
E assim achava que era justo ficar.

Mas o teu sorriso reanimou-me a alma.
Já sinto...
Sozinho...
Sinto algo que se move cá dentro...

Sem a tua companhia nisto é tudo tão confuso.
A minha mente está deserta.
Tu és como uma miragem.
Quando estás ao longe, mais ninguém importa.

Quando te vejo, os pensamentos atingem velocidades nunca antes imaginadas.
Como será que me vês?

Que tonto que sou, não é?
Sou o tonto que sente a anestesia geral quando te observa.

Mas quero que saibas defesa, que na minha mente agarro-te com carinho para te confortar.

E estranhamente adoro sentir tudo isto.
Sentir o que por palavras não se explica.
Sentir o que dito é sempre um livro incompleto.
Sentir o poema que faz os outros esquecerem todos os seus problemas e sorrirem.
Mas que para ti, são só palavras que me devem trazer a uma realidade bem mais escura onde me devo apenas esconder.

Não foste tu, fui eu que assim me senti.



escrito por Pedro Monteiro

Thursday, November 22, 2007

Baloiço





Sou tão forte que me esqueço de mim.
Fico para aqui desconcentrado com esta ilusão de um passado que já não retorna a mim.

Tenho frio mas deixo a cara de fora do cobertor para sentir o teu beijo solidão.
Temos uma relação de amor/ódio mas por mais que não queira já só vivo contigo.
Quero te tratar mal como nunca tratei ninguém mas estou tão fraco…
Esta angústia que me esfola o coração…

Orgulho-me de tudo o que sou mas se pudesse escolher seria mais igual a ti multidão.

Já tenho saudades de sentir saudades…
Iludo-me na rotina dos meus dias mas quando estou só apercebo-me que estou sózinho.

Escondo-me como sempre me soube tão bem esconder por trás da minha alegria.
Estou a sorrir para ti tela em branco de quem não sabe o que pintar.
Tento algo novo mas vejo o mesmo de sempre, a escuridão.

Preciso de luz nesta frieza que sinto.
Já nem uma música antiga me faz lembrar…
Improviso um sentimento.
Esforço uma lágrima.
Mas estou seco.

Como se nada fosse sequei.
Matei-me por dentro…
A culpa foi tua seriedade…
Matei-me por dentro…

Este é o meu ponto sem retorno.
É aqui que deveria recomeçar mas parou…

Surpreendes-me mas já não me trazes novidades.
Por momentos acredito que a vida é tão mais que isto.
Mas estou a tornar-me um hábito na minha própria prisão.
E tento-me enganar todos os dias que tu és diferente mas tu és tão igual.

Era um tesouro escondido à espera de ser encontrado mas agora sou só alguém que não se lembra de ontem, que vive hoje mas que no fundo se assusta com o amanhã.
Hoje já é muito mau para querer acordar amanhã...
Deixa-me estar eternamente aqui.
É que depois de amanhã quererei voltar atrás e relembrar todos os meus cinco sentidos.
Por favor solidão, deixa-me ficar aqui...

Mas matei-me por dentro e afinal acho que já não justifica ter saudades de sentir saudades.
Prefiro contradizer-me e não entender o que quero realmente exprimir.
Afinal de contas no fim arrependo-me sempre de ceder aos teus caprichos rancor.
Se não cedesse seria mais igual a todo o Universo que me envolve.
E nos meus dias preferia ser menos diferente da clareza que o dia tem.
Estou de novo escuro, seco e desgastado…
Sento-me no meu baloiço e pelo menos enquanto cá estou sózinho vou pensando, mesmo não sentindo vou pensando...




escrito por Pedro Monteiro

Monday, October 01, 2007

Na mão de estranhos...



Não olhes para mim agora...
Não vais gostar do que sei dizer.
Reparas só quando aceito a dor de um sonho perdido.
E agora decides mostrar-te pressão.

Tratei-me mal?
Já passou o tempo que achava que tinha para lutar pressionado.


Ansiedade:
Já te encontrei em tantas ocasiões e nunca te compreendi muito bem.
Espero que um dia me expliques como consegues aparecer sempre que converso com a tristeza ou a incerteza ou até mesmo com a insegurança.
Normalmente simpatizas com a insegurança e parece que até fazem um pacto contra mim.
Quase aposto que até fazem apostas só para ver qual de vós me deixa mais desgastado. Deviam olhar por mim e não para mim.
Soa sempre como o fim...
Sempre que me deito e apareces ao meu lado não te calas e nem me deixas dormir.
Fico sempre com a sensação que foste o meu jantar e que tás no meu estômago.
E dás murros e mais murros só até me veres deixar cair uma lágrima.
Uma ou duas ou três.
Por vezes és benevolente e desapareces muito depressa.
Hoje senti-te escondida atrás das minhas cortinas.

Já só estamos os dois...
Sendo assim aproxima-te...
Talvez acabe por te abraçar e te deixe adormecer comigo.

Tu falas na minha cabeça só para me fazeres sentir mal.
E desisto e luto e desisto e canso-me...
Mas no fim sentimos sempre que desistimos.
Só não quero lamentar não te ter vivido um dia sorriso.

Como pode isto estar tão errado?

Afinal de contas todos nós vivemos de uma forma muito estranha.
Todos nós escondemos e todos sentimos vergonha.
E queremos fugir mas não podemos.
Porque tu, fim do início mal começado, és a nossa sombra.
Acompanhas-nos à luz do dia e, de noite, no escuro, respiras perto do nosso ouvido para te sentirmos sempre ali...

Mas agora deixa-me pelo menos uma vez tapar a cabeça e chorar lágrimas secas de quem não quer falar sobre a vida mal legendada...
Tou farto de ser dobrado numa língua que nem eu compreendo.
Só mesmo vocês a compreendem, outros...
Quero só respirar sózinho o ar que me faz escolher o norte ou o sul...

Fartei-me de vocês estranhos...
Nem sequer me quero justificar, não perco tempo contigo ansiedade.
Prefiro virar-te as costas e seguir o caminho talvez o mais fácil mas o mais frio.
Aquele que um dia me arrependerei mas que por agora faz todo o sentido...
Sinto-me só e na mão de estranhos que conheço tão bem...


escrito por Pedro Monteiro

Friday, September 07, 2007

No fim tudo conta...



Não queiras ser o que já não és porque se o fores amanhã dói.
Hoje já o sentes...
Porque irás deixar para amanhã?

Do outro lado da sala está a tua mente.
Sou assombrado pela beleza do ar e penso com um cigarro...
Penso que me assusta o tempo que tenho para me habituar a esta mente.
A minha mente.

Quero ir para casa.
O sítio onde a vida é realmente normal.
Abrando o sono para pensar.
Já sou só eu comigo mesmo.

No fundo quero um último grito em tom de pedido.
Quero-te aqui solidão precária.
Mas percebo as tuas mentiras porque caio nelas e sou um cego.
Cego na vida que não irá rever.

Tenho a pergunta comum na cabeça:
O que corre mal?
Estou a sorrir enquanto penso na resposta.

Vocês são a minha cara mas desfigurei hoje.
Sinto a diferença do cansaço obtido.
A garantia da solidão da companhia sózinha já é uma certeza.

E estou novamente a sorrir.
Porque haveria de ficar triste insegurança?
Eu expiro força e confiança de quem realmente nao pensa no que se passou antes.
E olho para a etiqueta e penso que sou um número.

Sinto que quando olhas para mim me contas.

Contas daquelas de contar.
Como se fosse uma música de embalar.
Mas estou realmente a sorrir.
Porquê?...

Já sou um anjo que premedita e que tem dificuldade em perceber como é.
Leva o seu tempo mas tu esperas relógio.
Pára um pouco...
Anda cá, eu vou-te reconfortar.
Aproxima-te também ferida.
Divaga connosco.
Lá estou eu a sorrir.

É possível sorrir com algo que já não faz sentido nenhum.
Acredita que é possível viagem eterna.

Já ninguém se importa com as insignificâncias da vida.
Eu sim, porque são as mais importantes para me conhecer melhor.
Se não quiseres porque realmente é díficil de confiar na dificuldade foge.
Corre e não olhes para trás espera.

Vou fechar os olhos e sorrir.
A vida já não permite o contrário.
Um dia será o fim e para lamentos já não terás disponibilidade.
Sorri.

Por ti, usa as lembranças e liberta e não te enganes.

Espera e sorri, até lá e nos entretantos seca as lágrimas e anda cá.
Junta-te ao disfarce comigo e sorri.
Não desesperes pressa...
Não encolhas os ombros com essa cara doce de quem quer fugir...
Apenas...sorri.
Porque no fim, tudo conta.



escrito por Pedro Monteiro

Tuesday, July 03, 2007

Desespero




Fecho os olhos quando quero ver quem quero que sejas.
Confunde-me decidir morrer quando quero tanto viver.
Ouço esta maldita desatenção que me pressiona e me chama a razão.
Todo o tempo conta e tenho perdido tempo a observar-te cepticismo.

Podia dizer para dares uns passos atrás.
Mas prefiro que apenas sofras umas metamorfoses.
Lembra-te de todas as minhas transformações…
Acredita na vontade que tive de te construir.

Desespero, arranhas-me as veias.
Tremo por dentro.
Os nervos cortam-me a alma.
O cansaço vence-me na luta dos meus pensamentos regressivos.

Estou fraco para tomar decisões.
A eternidade do nunca mais esvazia-me a esperança.
A suavidade da solidão faz-me chorar.
Não consigo pensar o que custa responsabilizar.

Culpo-me angústia?
Culpo-te desconfiança?
Não pedi para viverem aqui…

Tenho medo de me mudar.
Tenho medo dos meus próprios medos.
Houve alturas em que até podia ser fraco.
Mas afastar-me de tudo o que sempre quis?

Ajuda-me...
Dói-me a cabeça de tanto ouvir estas perguntas a gritarem-me na memória.
Sinto que me distraí durante esta caminhada e que flutuei sem sentir o sangue que sempre me correu nas veias.
O espectáculo da vida é um tempo curioso.

O segredo é fazer tudo começar.
E esperar que o sol não se ponha.
Se o sol se puser faremos qualquer coisa que por agora não sei.
E, assim, a prosa aparece escrita num apontamento secreto que nos tranquiliza a alma.

Sinto que já vivi de tudo um pouco mas, tu confundes-me história mal contada…

A vida, é qualquer coisa que ainda não sei.



Escrito por Pedro Monteiro

Monday, June 25, 2007

Renascer


Houve alturas em que achava não ser capaz.
Capaz de me levantar e sorrir.
Saber que os problemas estavam lá mas sorrir.

Perdi tanto tempo a pensar.
A pensar em pontas soltas e labirintos sem saída.
Pontas que simplesmente não conseguia de forma alguma ligar.

Eu queria fazer tudo ao mesmo tempo e acabava por não fazer nada.
Fase esta a que se chama o bloqueio.
E depois de bloqueados, acabamos por cegar.

Mas eu tive o milagre do risco.
Arrisquei com antecedência.
Pensei no risco com tempo.

E de tanto me habituar à ideia,
Desbloqueei.
Cometi o que a mim parecia uma loucura saudável.

E tornei-me mais capaz do que alguma vez imaginei.

E de repente…
Deus quando nos dá extrema felicidade, dá-nos obstáculos.
Eu deparei-me com todos os medos.
Mas…
Só tive medo por um curto período de tempo.

Desta vez, preferi lutar.
E acho que lutei sem saber que lutava.

Sou então capaz.
Mas não me admiro.
Porque não posso achar que tive o mal pior e o superei.
Há sempre males muito piores que os piores.
Mas também há males que vêm por bem.

E eu, apesar de tudo, sinto-me fascinado com a vida.
Viver já não é morrer.
Viver é lutar e tirar todo o proveito disso.


Escrito por Pedro Monteiro

Monday, March 19, 2007

Pisado sem esforço



A escolha foi tua.
É nela que escondes a tua cara e a tua vergonha.

Na sombra dos anos ganhei força.
Já não me vingo, ignoro atento.

O teu calculismo corre na chuva intensa do Inverno.

Eu, vivo no ar seco do Verão onde te desprezo, embelezando o dia com integridade e esquecendo a escuridão dos teus actos tão ridiculamente premeditados.

Canto para as vítimas da desilusão uma cantiga de esperança.
Magicamente demonstro que há esperança e beleza nesses horizontes quase extintos de pureza.

O que vai na tua mente?
Porque não me enfrentas?
Tens receio de uma derrota óbvia?

Porque não aceitas a verdade?
Porque não admites a inveja sentida?
Não és capaz de melhor que isso?

O teu sangue tem veneno de quem não tem nada a não ser essa intriga galopante.

Quando pensares que saciaste a tua vontade, vais matar de vez a tua imagem reflectida nesse espelho já ofuscado pelas tuas mentiras.
E irás olhar e sentir repugnância daquele monstro que estarás a ver.
O monstro ao qual todos viraram as costas.

E já tarde.
Ontem já era tarde.
É muito tarde para uma desculpa de um acto tão ridiculamente premeditado.

Porque já nem mentir sabes.
A verdade divorciou-se de ti.

És doente.

Assistirei de perto à queda de um enganado pela própria teia.

Desta vez, deste forma à tua imagem suja que todos sentem repugna.

Quando menos te aperceberes vais ser pisado sem esforço pela integridade que é tão superior à tua imagem.

A verdade chega sempre ao seu destino, ao desprezo.


escrito por Pedro Monteiro

Thursday, September 14, 2006

Doente

Pregaste-me uma grande partida vida.
Desta vez apanhaste-me de surpresa.

Não sei reagir nem sequer consigo pensar.

Magoaste alguém para me magoar a mim.

Quando tentava organizar-te fizeste perder-me no caminho.
Outra vez.

Mas desta vez foi bem diferente.
É tudo tão mais forte.

Mataste-me mesmo mais um pouco.

Na luz do dia sou racional.

Mas no escuro fico doente.

Nunca pensei ter que fazer papel de adulto quando sempre pensei ter bloqueado na idade menor.

Mas fazes-me crescer sempre que decido aproveitar o meu lado mais infantil.

E aqui estou.

Ansioso por aquela notícia que é má mas que pode ser bem pior.

Mas eu acredito.

Acredito na justiça divina.
Acredito no amor.
E contra esse nunca hás-de conseguir lutar.

Tornei-me sábio nas calçadas.

Ganhei calos de tanto fugir.

Posso até estar assustado.
Mas a esperança é minha companheira de guerra.

E aqui estou para enfrentar mais um demónio que já é um fantasma.

O mal que todos nós receamos no seio do amor.

Só espero que um dia possa acordar deste pesadelo porque não quero crescer.
Náo quero ter que olhar sózinho por mim.

Tenho medo de te perder...

E sem ti, náo sei viver.



P.S. A ti anjo que caíste do céu: PARA SEMPRE



Escrito por Pedro Monteiro

Saturday, July 15, 2006

Não te escondas...



Abre a cortina.
Preciso de um pouco de luz..

Eu espero.
Porque preciso muito do som do teu espírito.

Todos sabem.
Mas ninguém faz a mais pequena ideia que é mesmo verdade.

Nunca irei embora.
Acredita que não desistirei.

Estou só um pouco cansado.
E nem te sei usar bem as palavras.
Porque a memória falha-me nos argumentos.

Mas fizeste mais uma viagem.
Em que eu tenho que esperar.

E a paciência é a minha grande companhia.

No passar dos dias evito-me.
E renovei-me.

Mas viver os meus dias cansa..

Mas contigo irei gritar liberdade.
Assim penso na minha matemática diária.

Eu mereço música e poesia.
Porque canto e escrevo só para ti.

Acompanhas-me nesta dança silenciosa?

Casas com a minha confiança?

Se assim for,

Viverás com a minha alma até ao fim desta história verdadeira que foi escrita a pensar no amor.



escrito por Pedro Monteiro

Sunday, May 14, 2006

Retorno à monotonia



Procurei-te e achei-te nos perdidos e achados da solidão.
Mudaste-me.
Foste a minha saída.

Já és o meu passado.
Mas não o presente nem o futuro.
És uma nova dor.

Quando tu apareceste eu tinha-me esquecido.
E relembro agora todas as diferenças do antes e depois.
E tu foste o meu meio termo.

Deixem-me só neste pequeno canto.
É a última vez que me escondo neste canto.
E canto uma música para me lembrar de ti um dia.

Estou tão desorientado ao pensar que fiquei sem ti...
Foste o meu refúgio.
O meu porto de abrigo.
A minha salvação.
A fuga da loucura.

A saída de quem se desviou da sua rota.
E perdi-te.
Estou sózinho neste pensamento.
Como uma vela que arde sózinha no canto dum quarto.

Existem coisas que não se explicam porque ninguém entende.
O valor que damos às coisas só a nós importa.

Dizer adeus é tão difícil.
Pior não há.
E aos olhos dos outros não tens valor.

Sábios são os que fecham os olhos e sonham.
E voam e reflectem num sorriso.
Mas também sofrem quando chega a hora de acordar.

Acordei.
Este sonho foi tão terapêutico que não consigo acenar um adeus.
Estou tão só neste momento.
E ninguém conhece as minhas fobias.

Sofro em silêncio a memória do meu esconderijo que no fundo é comum a todos os santos que já pecaram.

A palavra saudade não me sai da cabeça.

Mas tenho que sorrir para ti mundo que se move à rotação alucinante da monotonia.

Chegou o fim.
E foi inesperadamente esperado.

És inexplicável.
Mas morarei na tua alma para o resto da minha vida.

Onde o tempo realmente parava e os pensamentos surgiam...



escrito por Pedro Monteiro

Sunday, February 19, 2006

Diário do tempo



Espero o tempo.
Tanto tempo em que pensei ter morrido por não te encontrar.

Mas quando me havia esquecido de quanto tempo tinha passado, parei…

E olhei…

Os meus olhos fixaram-se numa pequena luz no céu.
E o tempo nesse momento já não parou…
E deixei-me fascinar.

E perdi tanto tempo...

Eu também já não sabia em que data me encontrava.
Agora o relógio já não pára.
Aprendo com o tempo que quanto mais te observo mais força tenho para percorrer todo o tempo que me sobra.
E imagino-me a teu lado.

O tempo já não me cansa.
E quando ele me cansar é porque estou velho!

E espero ouvir a tua respiração gasta pelo tempo...

Porque o tempo surpreendeu-me um dia e espero ser surpreendido com a duração do tempo passado contigo.

E quero continuar a bater as asas...

Voar,

Fechar os olhos

E sonhar eternamente contigo pássaro da certeza a quem me aliei neste tempo único que passa para contar histórias no diário fictício da nossa cumplicidade...




escrito por Pedro Monteiro

Sunday, February 05, 2006

Cuidado



Sempre me disseram para ter cuidado com o que peço.
E pedi-te.
Chamei pelo teu nome nos meus desejos às estrelas cadentes.
Perdi horas a olhar para o céu para poder ver uma estrela cair.

E vi tantas...

E pedi tanto...

Pedi que voltasses.
Que simplesmente os meus olhos brilhassem quando olhasses para mim.
Vi-te e parei de frente para ti.
E nada...
Não me olhaste nunca e o desejo nunca se realizou...

Sempre me disseram para ter cuidado com o que peço.
E pedi-te.

Apelei às ondas para que me escolhesses.
E duma forma mágica alguém com o teu nome mergulhou nos meus olhos cor de mar.

E nadei...

E quero nadar tanto com esta aparição...

Nadar com ela no fundo do oceano de uma história para se contar.
Olhar e conversar com ela através do nosso olhar.

Sorrir-lhe...
E nunca voltar à tona de água para ser apenas o nosso segredo...

Sempre me disseram para ter cuidado com o que peço.
E fiquei cansado.
Sonhei com promessas que fiz que não cumpri.
Com as minhas mãos juntas pedi antes de me deitar, em cada noite, que te lembrasses de mim.

E esqueceste-me...

E esqueci-te.
Pensar em ti tornou-me paciente e tolerante.
E com este novo aroma já nem te sinto em mim.

É mais bonito que uma pintura de um sonho num diário escrito pelos meus dedos quentes de sangue ansioso por amar.

Relembrar-te duma forma diferente nunca tinha sido uma opção.

E agora sorriu.

E agradeço-te por existires.

E nunca me esqueço que te lembrei tanto.
Foste muito importante para eu conseguir sentir outra vez.
Mas para outro céu...

Um céu mais limpo e sem nuvens...

Onde flutuo de olhos bem abertos.

Parece que finalmente consigo fechar os olhos e dar a volta ao mundo num minuto...

Sem desistir, sem medos e com coragem flutuo...



escrito por Pedro Monteiro

Wednesday, January 25, 2006

Boneca de trapos



Acordar é adormecer

adormecer é encontrar

encontrar é procurar

procurar é criar distância

criar distância é deixar o tempo passar

deixar o tempo passar é mentir

mentir é tentar esquecer

esquecer é despedir-me de ti

despedir-me de ti é morrer

morrer é voltar mais tarde

voltar mais tarde é recomeçar

recomeçar é relembrar

relembrar é conhecer

conhecer é acordar

acordar é adormecer

adormecer é encontrar

encontrar será para sempre um sonho perdido...


Não me acordem...


Era tão bom que as palavras valessem como realidade...

escrito por Pedro Monteiro

Tuesday, January 10, 2006

Imagem que não se apaga...




A diferença que uma palavra pode fazer num minuto...
O vazio que um olhar nos pode provocar...
Sentir que se perde tudo num segundo...
E esperar, é como se o mundo estivesse a acabar.

Desistimos e morremos por dentro.

Tudo por alguém...

Quem diria...

Sonhámos o que nunca podíamos ter.
E acabámos por nunca lutar por isso.

E é nestes dias que queria ir.
Sofrer bem escondido...

Mas o teu silêncio é grande demais...

E assusto-me quando sou pressionado com o que tenho.
E respondo que o problema é que não tenho vontade de sonhar.

E é tudo tão confuso para mim...

Por vezes é tão mais fácil acreditar...
É mesmo muito mais fácil acreditar numa mentira do que me conformar.
Que eu te pertenço e tu pertences a outro sítio...

É tão desconfortável a omissão de um sufoco...

Estou sujo de tantas memórias que não foram limpas.

Sinto-me doente com o vírus da tua indiferença aos meus sinais subtis...
Porque te respeito.
Porque te quero mostrar que tudo é grande mas tão tranquilo.

E que me esqueceria de tudo para só me lembrar de ti.
E sei que sou louco ao pensar que abdicaria das minhas bengalas da vida.
Mas adormeceria no teu colo...
E aí a chuva faria brilhar o meu escuro.

E tudo seria tão simples que apenas seria mais um sonho.

Isto são só mais imagens.

Imagens para recordar que tu sabes que não te terei.
Imagens para um cego que só viu o amor.
E que as relembrará em cada esquina solitária.

Ninguém entende...
E quando explicadas, serão para sempre mal interpretadas...

Pedi tanto...
Que te perco mais um pouco.

E no fim sei que, apesar de te ter por perto, sou o único que de olhos vendados, fuma mais um cigarro enquanto os minutos curtos de uma oportunidade de desvendar um segredo se acabam...

Esta é a imagem que tenho.

Esta é a imagem dos meus medos.

Essa palavra é a imagem que está presa em mim.




escrito por Pedro Monteiro

Saturday, January 07, 2006

Vou-me esquecendo...




A vida é a minha grande aposta.
Luto para ganhar vontade.
E sofro mais uma desistência.

Não aprendi a ser sincero.
A minha transparência é um espelho embaciado que quem tiver paciência consegue ver...

Mas sei...
Sei que tu não mudaste por acaso...
Não compreendo...
Há tanto tempo que a confiança se quebrou.
Que já não sei quem és em mim...

Tenho noção que quando os teus olhos brilham,
Que te perco mais um pouco.
Mas não entendo...
Esqueceste quem foste...
E já não és ninguém.

Olho para ti e já não vejo nada...
Os teus olhos gritam de ilusão.
A tua boca emite sons longínquos e estranhos.
Estás presente mas noutro mar.

Volto com tristeza nas palavras.
Mas regresso com mais um disfarce.
Com a postura que acho melhor...
Mas sou puro, louco e cresço.

Dei-te sempre o toque da minha mão cansada.
E na minha fraqueza deste-me o teu esquecimento.

E acabam as minhas palavras para ti.

Mas vocês, anjos da guarda que me seguram.
A vossa preocupação ilumina-me neste escuro.
Convosco por perto sou forte, compreendo e sigo.
Convosco o tempo não tem ilusões.

Sem vocês o tempo só feria.
Sem vocês a distância sufocava.

Acreditar tem sido uma palavra que me faz morrer.
Mas com a vossa atenção, esperar é uma tecla de piano que me faz sentir.
Dos meus pesadelos, acordam-me e cantam-me uma canção de embalar para sonhar.
E sonho, acredito e espero...



escrito por Pedro Monteiro

Sunday, January 01, 2006

Separado pelo tempo de ti



Inesperadamente sigo um raio de confusão que me percorre o sangue que me corre nas veias.
Sigo-o e o limite é o coração.
Sinto-o fraco demais para irrigar mais solidão ao meu corpo que tropeça em cada empurrão dado pela surpresa de uma decisão.

E expiro...
Volto as costas à mentira quando me lembro quem sou perto de ti.

E de novo inspiro,
Rasgo os olhos, esboço um sorriso pintado a carvão pela insegurança e enfrento com uma nova máscara as minhas perguntas fatais que me fazem retornar às dúvidas.

Na paisagem tranquila de um sonho que quero sonhar, mas só me lembro, refugiei-me.

Quero aquecer as minhas mãos enrugadas e geladas de limpar lágrimas pesadas de ausência tua.

E uma estrela cadente que se move na voz de desejos comuns brilha no teu céu e no meu, encosto-me neste fogo e observo as constelações que tanto ansiei que me ensinasses.

E quero estar ali por um período de tempo indeterminado.
Quero ficar nesta canção de embalar que me acalma o corpo de tremer de medos e falhas de memória de como fui e como não sou o que quis tanto ser...

Em cada sentido meu a minha memória separa-se do meu esquecimento de um dia em que fui senhor do teu mar replecto de histórias tuas e minhas e de nós os dois...

O meu sentimento de solidão deitou-se com a carência e adormeceram.
E acordei...
Abri os olhos e só vi escuridão.

Já não sou uma estrela que encanta numa suave melodia o teu caminho seguro de beleza sombriamente encantadora.

Já só estou eu...

No escuro separado pelo tempo de ti.

Tu que um dia sonhaste um diferente presente junto da minha alma que agora está cheia de pureza quando te quer alcançar para fundir-se com o teu corpo como se fossem o único ser...




escrito por Pedro Monteiro

Monday, December 26, 2005

Reflexos




Cada palavra é um reflexo da experiência.
Cada alma é um reflexo carnal.

E vou-me embora...

As constelações reflectem as tuas palavras.
Aquele perfume...
Aquele perfume reflecte a tua proximidade.

E vou-me embora porque...

Querer ou desistir tem sido um reflexo.
Reflexos do passado permanecem como espantalhos nos meus sonhos.

E vou-me embora porque já sei...

A solidão é um reflexo da tua antiga presença.
As lágrimas são o reflexo de um dia em que fui teu.

E vou-me embora porque já sei que acabou...

E por vezes dói bastante estes reflexos...
Dói porque me perdi e o tempo passou por mim sem avisar...
E já não sei como não sentir esses reflexos que me fazem recuar...

E vou-me embora porque já sei que acabou o meu tempo...

Esperar foi uma ilusão do teu gesto...
E eu que pensei as tuas palavras eram um reflexo da tua vontade...
E eu que pensava que as palavras nunca mais me iam fazer tropeçar...

E vou-me embora porque já sei que acabou o meu tempo de acreditar...

Desistir é um reflexo contraditório da coragem transmitida nas palavras amigas...
Se fosse fácil voar eu teria asas...
A tristeza não foi o fim que escrevi para a minha história criada pelo meu sentimento escondido...

E vou-me embora porque já sei que acabou o meu tempo de acreditar em reflexos...

A minha imaginação é um reflexo carinhoso das noites de conversa com o céu...
As minhas máscaras são um reflexo do que ainda me move...
E a ilusão já não me engana.
É como uma droga que deixou de fazer efeito...

E vou-me embora porque já sei que acabou o meu tempo de acreditar em reflexos presentes...

Espero que um dia desistir seja um reflexo saboroso de um passado cansativo...
Espero um dia dizer que uma nova corda trepada foi o reflexo duma fraqueza física antiga...
E que valeu a pena o tempo perdido...

E vou-me embora porque já sei que acabou o meu tempo de acreditar em reflexos presentes duma história...

Fui provocado pela seriedade que entrou em conflito com a falsa alegria diária.
A realidade deu-me um estalo quando viu que alucinei numa mentira.
E mudo porque é um reflexo duma dor.
Para um dia dizer que a dor me acordou de um temível fim de um livro com erros.

E vou-me embora porque já sei que acabou o meu tempo de acreditar em reflexos presentes duma história que nunca chegou a ser contada...



escrito por Pedro Monteiro

Friday, December 16, 2005

P.S. Espera...



O tempo ensinou-me tanto até aqui...

Construí o meu Reino de Sabedoria.
Sou o príncipe dos segredos!

Percorri caminhos,
aperfeiçoei-me em atalhos
e conquistei tudo o que estava ao meu alcance.

Mas nunca tive um velho Sábio que me ensinasse como lidar com o, já antigo, sentimento de amor.

E escondo...
Escondo o facto de te amar.

Relembro-te apenas em segredo.

És o meu pensamento...
És tudo o que me faz silenciar.

E viajo...
Viajo na mente contigo.
Fecho os olhos e imagino-te no meu caminhar, respirar e adormecer...

Mas não passas de um sonho...
Um sonho que para mim quero guardar.
O meu segredo que um dia vou desvendar...

E vou contar um conto.
Vou-te mostrar um final feliz!
Uma história não só com um príncipio mas também, com um meio e um fim.

Mesmo não sendo real,
Não desapareças porque quando a coragem não me faltar,
uma bonita história de princípes, onde só o amor reina, te vou contar...



escrito por Pedro Monteiro

Friday, December 02, 2005

Tu...





Depois de tanta coragem nas palavras,
O medo venceu-me e fugi.
Como se nada fosse fugi.

Sinto-me uma criança assustada.
E quando um dia me lembrar...
Será o meu retorno ao fim.

Sei que o tempo me corta a respiração.

E tenho tantas coisas por te dizer...

És para mim a estranha assustadora forma de amar.

Tu,
Tu que me tocaste...
Somente tu,
No meu pequeno universo...
Um ponto que sei
Que nao retorna a mim...
Um sol que brilhou um dia para mim
Brilhou como um diamante raro

Tu...

Saiste daquele lugar encantado cheio de brilho escuro.
A lua ilumina-te a alma que se esquece de mim.

Logo a mim que me lembro de ti todos os segundos em que respiro.

Adoro a forma como tu andas,
A música e a forma como falas,
Adoro a tua luz e a forma como já não me olhas...

Sempre que te quero expressar duma forma bonita o que sinto,
Fujo com medo de estar a errar nas palavras.

E prefiro ter-te por perto sem saberes a verdade,
A assustar-te e fugires para sempre de mim...

Tu,
Tu que me beijaste...
Foste tu,
No meu pequeno universo
Um ponto que sei
Que nao retorna a mim
Mas que um dia esteve aqui...
Foste a brisa da minha manhã tranquila de paixão.

Tu...

Sofro em silêncio a tua ausência e o teu esquecimento.

Apoderaste-te de novo do meu pensamento contínuo de saudade.
Irei aceitar a minha derrota e morrer inutilmente sem ter tentado.

E quem me dera ser mais uma vez sincero...

Sonhei contigo e quando apareceste deixei-te ir embora...

Sou o homem mais forte do mundo.
Mas contigo fraquejo duma forma tão triste que me magoa...
Magoa tanto que choro.
E eu não choro por nada.
Só por ti.
Choro o passado que tive, o presente que quero ter e o futuro que nunca terei...

Não saias da minha cabeça...
Mas se não estás aqui...
Sai...
Não, não saias...
Já não sei o que é melhor.
Sinto que é tudo em vão...
E que neste conflito psicológico estás sempre tu...
Foste sempre tu...
És mesmo tu...
E para sempre...
tu...



escrito por Pedro Monteiro

Thursday, November 17, 2005

O pingo do tempo



Sentir que se perde algo que finalmente se quer ter é sentir a derrota de uma guerra.
Choramos o valor de um sorriso antigo que não é nosso.
Lembramos vozes que nos tornam impotentes para agir.
Ouvimos palavras que já não existem...

Já nem o tempo nos leva as lembranças nos ventos fortes da noite fria deste Inverno.
Mas continuo a esperar.
Espero por estar sózinho.

Quero fechar os olhos e sentir-te aqui.
Sei que sou doentio mas apesar de estar algures a flutuar longe da minha verdade não quero que a música tenha outro sentido para mim...
Doa o que doer...

Passaram-se exactamente 110376000 segundos desde o fim do início.

Caíram exactamente 110376000 pingos da minha torneira estragada desde que a usaste pela última vez.

A cada pingo eu espero.

A cada pingo uma esperança.

Em cada segundo fico mais longe do tempo.

A cada segundo fico mais longe de ti.

É esse perfume natural que me desperta na minha ficção.
É esse toque que sinto de olhos fechados na minha imaginação.
És tu a minha doença incurável...

Sinto-me grato por relembrar contigo por perto, chama da minha vela que está a findar.
O meu silêncio sufoca-me, mas esta tristeza é minha e eu faço dela o que bem entender.
Se a quero ter e morrer mais um pouco é a minha decisão.
Porque por mais que alguém me limpe uma lágrima, no escuro deixarei cair mais umas tantas.

Só pedi rever-te.
Não sou um anjo negro que pede o mundo.
Só peço um pouco.
Não sou vulgar.

Falsa modéstia que queres mais...
Eu so pedi o chão e ela já quer o tecto e as paredes.

Arrependo-me, não me arrependo, arrependo-me, não me arrependo, arrependo-me, não me arrependo e calha-me no malmequer sempre a pétala de "arrependo-me"...

Quero mais...
Quero tudo de novo.
E quero tudo para sempre...

E até pode ser à tua maneira...
De novo à tua maneira...



escrito por Pedro Monteiro

Sunday, October 16, 2005

No fim do dia...




Os traços contínuos da estrada guiam-me para o meu porto de abrigo.
Quando corro para ver o sol, ele já se escondeu.
Chego a correr muito depressa para lhe poder contar tudo sobre ti.
Mas ele tem vergonha de mim.

Nesse caminho longo de casa eu sinto a chuva escorrer-me pela cara.
Sinto o seu sal.
Sinto a sua frescura.

E chego ao meu porto de abrigo.
E chego ao fim.
Ao fim de mais uma página em branco.

No primeiro capítulo tenho rabiscos confusos de quem não sabe escrever certezas.
Agora tenho uma história bonita na mente mas, é apenas a minha fantasia que cresce de dia e sangra de noite.

A cada dia, a cada página e a cada vazio sentido, o meu coração ganha uma nova cicatriz.

Em cada esquina vejo a tranquilidade, sorrio e baixo a cabeça.
Em cada janela sinto o cheiro do amor e inspiro duma forma subtil para me contagiar com esse vírus.
Em cada boca eu vejo os teus lábios e perco-me.

E tu?
Que desejos misteriosos tens tu?
Quem te esfaqueia o coração?
Quem te faz chorar lágrimas de sangue?

E quando chego ao meu refúgio e sei que o vou perder para sempre morro mais um pouco na escuridão.
E quando me retiram o afecto ao qual me dediquei, sangro mais um pouco.
E quando quero falar, esqueço o abecedário do disfarce.
E meus olhos molham-se fechados.

E fecho mais uma porta.
Já nem tenho coragem de abrir aquela pequena janela.
Já só quero fechar os olhos e dormir.

Porque amanhã sim.

Amanhã é mais um dia em que voltarei a correr ainda mais depressa para ver o sol e esquecer o mundo e falar-lhe de ti anjo que desapareceste mas que eu não esqueci.

Nem o tempo.
Nem ninguém me fará esquecer o teu olhar silencioso de quem me tocou.Porque na memória de um anjo negro só foram esquecidas almas com quem não sonhei e apenas me escondi.



escrito por Pedro Monteiro

Thursday, October 06, 2005

Vai mas...volta...



Na estrada escura dou voltas e mais voltas e não encontro um fim.
Há fantasmas que me assustam.
Mas tu és a minha grande fobia.

Contigo quero esconder-me.
Contigo tremo e choro.
Contigo não respiro de tanta ansiedade.
Contigo fujo de um novo retrocesso.

Antes conversávamos em silêncio.
Foi contigo que os meus olhos sorriram.
Flutuámos nas nuvens da serenidade harmoniosa.
Cantámos poemas aos deuses.

Eu sorria quando te observava no teu sono aconchegado à minha alma quente cheia de ternura.
Minhas lágrimas foram doces e caíram no teu toque raro mas que foi gentil e puro.

Mas as asas dos anjos partiram-se no dia da rejeição do demónio.
Deu-se o eclipse total e ficou tudo escuro e confuso para mim.

Pensei, pedi ao meu destino e esperei ansioso para sonhar outra vez.
Após dias, semanas, e anos de fantasia negra e perdida no labirinto da confusão, voltei à realidade onde esqueci que os anjos existem.
Pensei sempre que eles tinham-me renegado e emigrado para perto dos corpos merecedores e pouco sofridos.
Travei batalhas e movi montanhas para juntar meu corpo à minha alma e quando consegui, tropecei no passado e deparei-me com o inimigo e terei a batalha final onde não tenho defesas para esconder o sentimento que me transcende e faz minha cara cair de tantas saudades de lá voltar…ao última dia onde fui e pensei lá ficar…



escrito por Pedro Monteiro

Tuesday, October 04, 2005

Homem de Cera




Na tua paixão alheia cobri me de cera e meu coração quebrou.
Os olhos deixaram de ver o brilhar do sol matinal que me fervia o sangue.

Recebi a notícia que antigamente ansiava e agora receio.
As batalhas contra os pensamentos foram diversas e sofridas.

Sou o espião cujo disfarce fracassou no teu olhar angelical.
Sou a força da natureza que no escuro fraqueja e chora.

Revejo-me na insensibilidade esperançosa por te ver.
Meu gelo derrete a cada proximidade tua.

Pingo sangue da cara da dor que a tua imagem provoca na minha esperança.
Falta-me a força e coragem de mudar a rota do meu barco fantasma.

Na minha capa escura esqueço cada momento teu.
Adormeço numa cantiga que não embalou o anjo que me renegou.

Pintei um nú teu e fui guiado à apaixonante rejeição.
Mas agora filmei a tua alma e por momentos perdi-me no teu angustiante carinho esquecido pela minha emoção raramente sentida.

Sou o boneco de cera do teu museu do esquecimento.
Não mexo.
Não falo.
Sufoco.Passo despercebido num olhar fixo de quem amou mas tem medo de derreter e desaparecer de novo no bosque negro da vida.



escrito por Pedro Monteiro

Monday, September 19, 2005

Dúvida confusa




Foi na sede de frieza que me acostumei a ti, vida fácil.
Apanhei o transporte directo para o refúgio onde me isolei.
E como não sou excepção obtive o pior defeito do ser humano, a azeda habituação.

A desilusão será para sempre o meu calcanhar de Aquiles, onde fraquejarei.
Mas o pior sentimento é quando olhamos à volta e temos medo dos vultos que nos assombram.
E lá estás tu de novo fotografia nula dum passado que desapareceu na noite do meu nevoeiro azul.

Pó nos objectos guardados na minha memória que falha para eu não cair.

E no sal do mar tu foste doce.
E no calor do sol tu foste água fresca que bebi.

Mas tenho tanta sede neste meu inferno.
Sinto meu sangue a não correr nas veias.
Ele parou.
As minhas pétalas murcham a cada segundo da tua ausência.

E vou cair.
Vou cair do cavalo da minha ansiedade que já não te quer suportar mais.

Mas irei erguer-me.
Suplicarei no meu próprio eco por um sinal que me guie no meu caminho destruído por ti, desilusão.

Porque no início foste paixão, crueldade, depois amei-te, sadismo e agora só me restam dúvidas e culpas que quero enviar numa garrafa para o mar profundo das tuas lágrimas de sangue falso onde me iludi.



escrito por Pedro Monteiro

Thursday, September 01, 2005

No meu pequeno Universo



Ele mudou-te porque se mudou.
E toda a força que deste, resultou em lágrimas infinitas.

Acabei por te provar, solidão.
Tens um sabor horrível a tristeza.

Depois de ter administrado o teu desprezo em mim,
Tomei o sonífero que me desliga, mas já nem ele faz efeito.

Adrenalina, tens sido a cura para a minha doença crónica,
a realidade envolvente que me magoa.

E no cair duma estrela cadente no meu pequeno Universo,
Deu-se o eclipse mortal que matou a minha força de disfarce.

Nos últimos minutos do fim do meu tempo,
Perdi-me em palavras tristes nunca antes ditas ou pensadas, apenas sentidas...

O fumo de mais um cigarro mostrou à minha alma o caminho para onde não posso ir.
Já nem o vento me arrepia para abrir as asas e emigrar para longe,
Bem longe das memórias jamais esquecidas.

Longe vão os anos de inocência pura e não forçada numa cara de agrado.
Longe vão os dias de espontaneidade marcante e que ficava na memória de qualquer anjo.

E perto está o passado que relembro todos dias.
Naqueles dias.
Os dias em que tudo fazia sentido e no fundo eu era a diferença.
Mas agora sou diferente de novo.
Sou como uma vela sem cera.
Sou como um oceano sem água salgada.
Sou como um fogo sem chamas.

Na decadência contínua deixei-me levar porque parte de mim desapareceu.
E nada faz já sentido.
Nada me ajuda a reconstruir o puzzle do meu sorriso sentido.

escrito por Pedro Monteiro

Tuesday, August 23, 2005

renascer das cinzas



Ardeste nas chamas da distância que criaste.
Desperdiçaste promessas de gueixa sofrida.
Foste a mentira que trocou a minha verdade.
Deixei a tua mão lavar as minhas dúvidas.
Abri-te a janela do refúgio que é só meu.
Deitei fora toda a minha vontade de perfeição.
Respirei fundo o cheiro das tuas palavras,
E no fim faltou-me o ar num fumo de rejeição.

Fecho os olhos na praia e medito.
Liberto a mente em pensamentos salgados.
E acredito.
O rumo do meu barco só fez um desvio da sua rota.
Sinto o meu tesouro bem escondido.

O arco íris de cores escuras convenceu-me da sua beleza.
Mas a cegueira apurou-me outros sentidos.
Nunca mais confiarei nos meus olhos.
Farei tudo para saber esperar pelo dia da minha glória.

O dia pelo qual todos esperamos.
O dia em que os peixes voam.
O dia em que os pássaros ganham guelras.
O dia em que finalmente os anjos descem à Terra.
O dia em que repousarei as minhas asas de tanto voar a teu lado,
Estranha relíquia que tanto te escondes.
Aperta-me com toda a tua paixão de viver.
Toca-me com a delicadeza da tua existência.
Guia-me até ti na nossa telepatia sonhadora.



escrito por Pedro Monteiro

Thursday, August 11, 2005

Poesia que esqueceste



Assim será.
Renascerás da terra húmida que o horizonte nos dá.
És como uma flor que murchou de tanto esperar pelo nascer de um raio de sol.

Assim foi.
De tanto mal renasceste para morrer, boca muda de tristeza.
Só para ti soubeste o que doeu o fim de um início.

Assim é.
Choras na tua voz que encanta a tua mente que relembra o seu olhar inocente de tanto afecto.
Para ti já não faz sentido a poesia que não é lida para quem é escrita.

Pois é.
No quente das lágrimas hidratas o sufoco do teu sofrimento tocado pela mão de um anjo.
Os teus lábios secos outrora inchados da paixão selaram-se da espera fracassada.

E tu?
Para onde caminhas príncipe sentimento que todos amam na mesma forma de rejeição?
Não vires as costas ao mundo que tanto tem para te fazer mudar.
És único e para ti algo único te espera.
No desespero da infelicidade uma mão te elevará o espírito da cumplicidade serena de amar a beleza interior do oceano salgado.




Escrito por Pedro Monteiro

Inerte



Fecho os olhos no colchão usado pelo fresco da tua flor.
Ilusão,
É a única forma de te sentir aqui.
Se desistires agora,
Nunca irás relembrar o meu espaço.
Eu quero sentir-me receptivo sem ter que desligar o botão.

Essa poça que te reflecte sujo.
Na sarjeta picaste o teu ponto.
A solidão consome-te como um tumor galopante que te mata.
E sem a chave do sorriso não irás lutar contra essa vontade errada de chorar.

Já te ardem as palavras.
Enfureceste-te no teu tremer.
Sufocaste-te com segredos não contados nem na tua escrita.
Engoles em seco quando te perdes mais uma vez.

Envergonhas-te no teu reflexo.
Desejas sempre voltar atrás.

Mas o tempo traiu-te.
O tempo mudou muito.
Já nem ele esclarece a tua história.
Está apenas confuso.
Está como tu.
Perdido.

Depressão prostituta da esquina do teu medo.
Esgotou-te na procura humilhante do pecado.
Tornou-te num alvo comum a abater na sua frieza posta a nu.

Foste um tiro no escuro e na escuridão desapareceste.
Foste esquecido por todos.
Esqueceste-te até de ti.

És lodo, falecido e vago.
E quem diria que um dia foste doce, vivo e objectivo.

Confundiste-te na perdição das palavras que faltam decidir o final do teu destino um dia falhado.





Escrito por Pedro Monteiro

Wednesday, August 03, 2005

Como um isco



Na tua roupa azul passaram-se anos de poesia.
Os ventos trouxeram-te o caminhar das palavras usadas.
Os mares levaram-te aquele belo dia.

As deusas do desejo taparam-te da lembrança.
Ensinando-te a prosa que já tinha sido pintada.

Com as minhas duas mãos,
Ergo-te em punho ao mundo,
Mente fértil desta alma suja.

Já nem os banhos te libertam do cheiro a más recordações.
Já nem a atenção te distrai dum Universo paralelo.
Onde quer que vás, darás um passo atrás e retornas à mesma calçada.
Onde quer que toques, deixarás a tua marca.
Mas para onde quer que olhes, irás sempre ver um parecença.
E a dor será mais que um soco no estômago.
Será o veneno a coagular nas tuas veias.
Será o teu fim.
E com o teu fim,
Recomeçarás a reviver os cheiros, as associações de ideias e o ouvir de uma música duma forma tranquila e sorridente.
Para subires ao topo da felicidade terás que descer ao fundo do teu poço.
E pensa que há poços sempre muito mais fundos que o teu.
Nunca penses que o mundo acabou.
A vida à tua volta contínua, tu é que fizeste uma pausa no quadro pintado por palavras usadas da tua prosa antiga.
Neste lugar, neste preciso momento, canto-te a minha balada com o meu cheiro onde irás para sempre ter uma ligação a mim.
Associa-te a alguém todos os dias.
Nunca te deixes prender.
Nunca te deixes perder.



escrito por Pedro Monteiro

Tuesday, July 19, 2005

Pecado comum



-Como és capaz?
-Escondo-me sempre nas sombras.
-Vives nas sombras?
-Não. Só me faço ver na escuridão das sombras.
-Presumo então que sejas um noctívago…
-Não necessariamente.
-E porque o fazes?
-Por pura diversão e satisfação.
-Sentes prazer escondido?
-Não. Sinto prazer quando domino.
-Usas as sombras, é isso que queres dizer?
-Uso. E nunca as repito.
-Porque não repetes?
-É uma questão de orgulho.
-Já o fizeste como um meio para atingir um fim?
-O meio é o prazer e o fim o abandono. Tem sempre um principio, meio e fim.
-E qual é o início?
-Poder sempre escolher e conseguir facilmente.
-Conseguiste sempre tudo o que querias?
-Desde que me conheço.
-E quem és tu?
-Um homem de poucas palavras que diariamente se diverte com a inocência de terceiros.
-Tens noção que um dia irá tudo acabar?
-Claro. Nesse dia perderei a minha essência.
-E que essência é essa?
-O meu poder, a minha beleza e a minha forma boémia de estar.
-E se um dia descobrires que não há ninguém para ti.
-Não há ninguém igual a ninguém. Não há ninguém melhor que eu.
-Reformularei a pergunta. E se um dia ninguém te quiser amar?
-Toda a gente me ama. Eu não amo ninguém.
-Um dia tudo irá acabar. Um dia será o teu fim. Tu casaste-te com a tua morte. Repara bem, na saúde, na doença, na tristeza e no amor. Desta forma será o teu fim.
-Como?
-Na saúde: tu está psicologicamente doente;
Na doença: o destino que tu próprio escreves está a destruir-te.
Na tristeza: não há sentimento pior que o da solidão.
No amor: refugias-te no sexo com medo de amar.
Amar não é para todos. Mas amar muda uma pessoa.
Sentir é pensar em alguém.
Pensar é sentir ansiedade de entrega, não de posse.
Beijar é conhecer alguém, não é tomar banho para limpar o suor de outra pessoa.
Tu és uma triste realidade.
Tu és um misto de seca de Verão com uma chuva de Inverno.
Saltas a estação do renascer da primavera.
Foges no Outono dos passeios românticos do fim de tarde.
Tudo tem um princípio, meio e fim sim.
No início os corpos conhecem-se.
No meio os lábios amam-se.
E no fim a companhia mantém-se independentemente da distância física de alguém.
Isso é o amor.
Um dia que te usem, porque há alguém melhor que tu, não terás força para trepar a corda da vida e será tarde demais.
Terás os dias contados.
-…



Escrito por Pedro Monteiro

Sunday, July 17, 2005

O fim


O cansaço apanhou-me.
Não aguento mesmo.
Peço desculpa, mas atingi o limite.
Não encontro solução e o tempo esgotou-se.
Não pedirei ajuda a Deus.
Ficaria tudo na mesma.
Malvado dia em que entraste sem permissão.
Sinto dor na alma.
Sinto angústia no peito.
Sinto o tremer das mãos.
É o pesadelo duma emoção.
Baixarei a cara para me esconder.
Pararei de lutar porque a força acabou.
Se desistir, perderei.
Se tentar mais uma vez, perderei.
Não me sobram hipóteses nenhumas.
Por aqui fico.
Assim vos deixo.
Fiz de mim um irreversível erro.
Por trás das grades da incerteza cumpro minha pena.
Não tenho mais janelas de ilusão.

Gostava de ser como fui, mas já não sou...


escrito por Pedro Monteiro

Thursday, July 07, 2005

Na derrota dos 5 sentidos


As palavras curtas são as da minha eleição.
As palavras curam mais que o tempo.
O estado de ansiedade que uma simples palavra me pode provocar...
O conforto de duas ou três palavras.
Palavras para chorar.
Palavras-chave para rir numa piada.
Mas as palavras não enganam, só mentem aos fracos.

E no olhar?
Eu sinto só de olhar para o mar.
Sinto que quando chego, alguns olhos sentem prazer só por me verem.
O olhar de arrependimento.
Os olhos que me disfarçam o espírito.
Os olhos que enganam toda a gente.
O olhar que sorri.
O olhar de desejo.
O olhar que perdi.
Os meus olhos estão fixados num momento passado onde a solidão dançava numa dança feliz e isolada contigo.

E no silêncio?
Perco-me numa conversa silenciosa.
Cresço calado.
Ganho força nas imagens fotográficas que tenho na memória.
Mas perde-se tempo.
E perder tempo é fugir à realidade de um olhar falhado.
No silêncio olho os pássaros voarem numa tranquilidade fascinante.
Cruzo os braços e abraço-me num sentimento triste.

Provo desta angústia azeda que nunca calculei.
Cheiro este horrível odor de tristeza.
Vejo o fim do sorriso tanto ambicionado.
Ouço gritos de desespero futuro.
Torno-me aliado do diabo abraçando-o num caminho fácil.

Fujo de Deus que se esqueceu de mim...



Escrito por Pedro Monteiro

Tuesday, June 28, 2005

Vultos





Canta para mim peixe da água salgada que me sara as feridas.
Na linha do horizonte perco-me em pensamentos atentos.
Inspiro-me nas pedras da calçada numa matemática de vida irreversível.
Reencontro-me com a culpa guardiã da minha escuridão.
Ajeito-me num esconderijo iluminado por um candelabro medieval.
Na noite, vejo vultos do mau instinto perseguirem a minha intuição de Homem.
É como se estivesse encurralado num beco sem saída.
Mas para tudo há solução.
Não há?

Susto de um grito de prazer escondido num beco tão sujo quanto a tua mente.
Surpreende-me líder do pecado que todos te seguem como exemplo de verdade.
Ouço os passos lentos da tua agonia sufocante que procura a sua presa.
Faz-me acreditar que contrariar a má educação de viver é a resposta.
Mas não me apontes o dedo ao deixar-te para trás.
Porque não me escondo por detrás duma sombra com essa determinação.
Manchas a cara num movimento vanguardista adulterado.
Olha que o tempo não apaga as lágrimas de um futuro próximo...
Escavarás a tua própria cova de solidão com essa tentativa obcecada de amar.
Irás conseguir superar?
Será possível?

Talvez já seja tarde para sonhar.
Tenta pôr os braços à tua volta num calor solitário.
A chama da vida está-se a apagar para ti.
Soluças o arrependimento de continuares a tentar quebrar o gelo do teu coração.
Não esperes.
Esperar é enfraquecer.
Esconder é adoecer.
E tu serás mais um vulto escondido na sombra da escuridão húmida da noite.



escrito por Pedro Monteiro

Friday, June 24, 2005

Alucinação


Estou farto de ser o palhaço que força um sorriso pintado.
Quero acreditar que amanha me sinto forte.
Escondi-me da luz que iluminou os teus defeitos.
Fechei-me na quebra do tempo falhado.
Corri e corri e não cheguei a lado nenhum.
Restou-me um nada cheio de vazio.
Sobrou-me uma lembrança escrita com pastéis de cores negras.
No toque da minha mão sente-se o tremer de um fantasma.
As minhas olheiras definem as insónias críticas de um passado chorado e arrependido.
Frio é o meu coração afastado da mente insana e isolada do mundo real.
Raros são aqueles momentos que valem tudo na vida.
Vício desconfortável que reapareceste nas minhas veias e que infectas sempre o meu sangue.
Guardo para mim todos os erros em que fui consciente.
Deprimo-me com a gargalhada da anedota da minha história.
Brindo à tua marcha a favor da felicidade.
Embebedo-me com lua e mar e sol na esperança de me esquecer do que já tinha sido esquecido.
Continuarei à espera de falar seguro desta insegurança.
Por agora prefiro alucinar no medo de acordar do sonho.
Nem sempre voltar atrás no tempo nos faz sentir bem.
Chegou a hora da evolução verbal de uma atitude.
Não me lembro do melhor.
Nem sequer me lembro do teu sorriso tão quente quanto o inferno nos oferece.
Não faltou nada.
Só me falhou a vontade vinda da paixão das palavras perdidas no sótão fechado do teu orgulho.

Mas por aqui fico evoluindo na força da minha voz e enfraquecendo na alucinação enviada pelo meu destino atormentado pelo sofrimento de um mergulho no teu oceano imenso.


Escrito por Pedro Monteiro

Sunday, June 19, 2005

Falsas aparências

Custa tanto não saber justificar a tristeza.
Dói muito contrariar todos os nossos princípios.
Mas o pior sentimento de todos é estar só.
Olhamos à volta e somos tão diferentes.
Mas os meios justificam os fins.
Teremos que acordar e começar por algum lado.
O medo de recomeçar é tão grande que nos sentimos tão pequenos e refugiamo-nos no buraco mais pequeno e escuro que encontramos.
Se pegarem num álbum de fotos antigas e recentes saberão o que digo.
As fotografias não disfarçam sorrisos.
Elas são o espelho do sentimento sentido numa fracção de segundo.
Mas são também a história dos nossos sentimentos.
Há 20 anos atrás éramos uns inocentes e felizes que não tinham de se preocupar com a vida, os outros que o fizessem por nós.
Há 10 anos pensávamos no futuro que queríamos ter.
Hoje gostaríamos de mudar o passado.
Porque nunca estamos satisfeitos?
Porque nos esforçamos tanto?
E que tal se vivêssemos o dia a dia?
Não seria mais satisfatório?
Satisfação…
Irónico.
Os segredos do prazer e satisfação são tão errados…
Para obter prazer é preciso dinheiro.
Para sentirmos satisfação corremos milhares de riscos.
E no fim?
No fim tiramos mais uma fotografia.
A mesma de sempre.
Aquela em que a nossa cara transmite um sorriso forçado de quem quis mas não teve.
Fortes são aqueles que cometem todos os erros possíveis.
Morrem cedo mas riem na cara de quem querem.
Sabem viver.
Da forma mais indiscreta e insensível possível mas acabam sempre por sentirem-se vitoriosos.
E nós por cá queixamo-nos.
Porque não tentamos ser irreverentes?
Porque não passamos a ser todos uns egoístas?
Ser egoísta está a tornar-se sinónimo de humildade.
Irónico mas verdade.
Porque os maus dominam os bons.
E talvez os bons estejam a tornar-se numa minoria de maus.

O medo de descobrir o futuro é tanto que me escondo no meu quarto.
Irei ser feliz?
Irei morrer cedo?
Irei acabar sozinho?
Penso sempre saber as respostas a todas estas perguntas.
Mas estou a lidar com as perguntas erradas.
Mesmo que as respostas estejam certas.
Mas há uma pergunta que surge todos os dias quando tento adormecer…
Aquela pergunta mais difícil de responder.
Aquela que provavelmente não obterei resposta.
Espero sempre que um anjo me sussurre ao ouvido a resposta.
Aquela que nem as ondas do mar me trazem a resposta.
A derradeira e imortal pergunta:

Porquê?

Só queria virar a face da moeda.
Só gostaria de criar um hino à liberdade.
Adorava escrever uma poesia coberta de rosas.
Oferecer a prenda mais desejada pela natureza pura dos que não temem e deviam.
Receber de braços abertos toda a pouca alegria duma alucinação.
Tirar o meu chapéu a todos os que sofrem mas que ainda sorriem.
E dar uma grande salva de palmas a todos os que caíram num poço e agora estão nas nuvens certas da vida.


Escrito por Pedro Monteiro

Friday, June 17, 2005

castelo de recordações que roubei


Após estes anos todos pergunto-me: quando irá acabar o planar da minha solidão na tua companhia?

Sem ti por perto não quero saltar.
Sem ti a meu lado sempre foi melhor esperar pela esperança.
Sem ti nunca saberei compor uma bonita melodia.
Seguir em frente é morrer na explosão da melancolia.
O teu reinado é eterno no castelo longínquo do meu coração.

Deixa-me saber o segredo da tua carícia.
Deixa-me mover montanhas para chegar a ti.
Sei que algures neste Universo ouves as minhas lágrimas gritarem mudas por ti.
O desejo do meu cíume brincar fugiu com os sorrisos nervosos da mentira.



Não me deste nada...
Mas roubei algumas recordações.
Afinal de contas não te farão falta nenhuma...


E o sonho é e será sempre uma poesia esquecida por escrever na minha folha em branco perdida no tempo da nossa paixão...



Escrito por Pedro Monteiro

Sunday, June 12, 2005

Espelho, espelho meu...





Espelho da alma escondida.
Espelho do sonho esquecido.
Espelho da realidade alternativa.
Espelho da morte tão esperada.
Espelho de uma vida ordinária.
Espelho do fracasso sentido.
Espelho de uma esquina escura.
Espelho embaciado pela respiração fraca.
Espelho reflector da insegurança.
Espelho da ida sem adeus.
Espelho da volta sem explicação.
Espelho da vaidade temida.
Espelho da vergonha sentida.
Espelho que se ri de nós.
Espelho da lágrima que caiu.
Espelho partido que feriu.
Espelho do azar que marcou.
Espelho da beleza usada.
Espelho da ousadia fingida.
Espelho da personalidade moldada.
Espelho do olhar expressivo.
Espelho que ilumina o teu brilho.
Espelho do objectivo falhado.
Espelho da incerteza envolvente.
Espelho do ódio amado.
Espelho do sentimento por explicar.
Espelho onde as palavras se escondem.

Espelho, espelho meu que me enganas num misto de personagens que visto pela manhã e que dispo antes dos meus olhos fecharem.

Escrito por Pedro Monteiro

Friday, June 10, 2005


Piratas da escuridão que me roubam tesouros que encontrei no meio do bosque aquático da minha solidão.

Capitães da vida que conquistaram os passos cronometrados de um divórcio entre Deus e o Homem.



escrito por Pedro Monteiro

Wednesday, June 08, 2005


"Forse non sai quel che darei
Perché tu sia felice
Piangi lacrime di aria
Lacrime invisibili
Che solamente gli angeli
san portar via

Ma cambierá stagione
ci saranno nuove rose

E ci sarà
dentro te e al di là
dell'orizzonte
una piccola
poesia

Ci sarà
forse esiste già al di là
dell'orizzonte
una poesia anche per te

Vorrei rinascere per te
e ricominciare insieme come se
non sentissi più dolore
ma tu hai tessuto sogni di cristallo troppo coraggiosi e
fragili
per morire adesso
solo per un rimpianto

Ci sarà
dentro e te e al di là
dell'orizzonte
una piccola poesia

Ci sarà
dentro e te e al di là
dell'orizzonte
una poesia anche per te

Perdona e dimenticherai
per quanto possa fare male in fondo sai
che sei ancora qui
e dare tutto e dare tanto quanto il tempo in cui il tuo segno rimarrà
questo nodo lo sciolga il sole come sa fare con la neve

Ci sarà
dentro e te e al di là
dell'orizzonte
una piccola poesia

Ci sarà
forse esiste già al di là
dell'orizzonte
una poesia anche per te
anche per te
"

"una poesia anche per te" escrito por Elisa

"Working in a little ice cream factory
Breathing the air in your small town
And the sun sets down on you now
Fifteen twenty or thirty people
Walking on the street
Together and singing songs
And the season changes
There will be new roses

Life goes on
Here and beyond that horizon
It goes on and it changes
And it changes you too
Life goes on
Here and beyond that horizon
It goes on and it changes
And it changes you too

But they've bombed the buildings
And they have killed
You are a pregnant twenty-two year old girl
Left in tears
But your heart is full of hope
Looking in your eyes
Holding his daughter in his arms
After a year he's back
And the war was over
You were still together

Life goes on
Here and beyond that horizon
It goes on and it changes
And it changes you too
Life goes on
Here and beyond that horizon
It goes on and it changes
And it changes you too

Twenty-four years now have gone by
And it's your time to walk your way
You're a dreamer
You're a rebel
And you will suffer and you will fight
And you will sacrifice yourself
But you believed in love
Funny how your man will betray you
And in the meantime your love will save you
, you see�

Life goes on
Here and beyond that horizon
It goes on and it changes
And it changes you too
Life goes on
Here and beyond that horizon
It goes on and it changes
And it changes you too
Life goes on
Here and beyond that horizon
It goes on and it changes
And it changes you too
Life goes on
Here and beyond that horizon
It goes on and it changes
And it changes you too"

"Life goes on" escrito por Elisa

As asas do anjo partiram-se na tentativa do retorno às origens passadas...

escrito por Pedro Monteiro

Tuesday, June 07, 2005

Doce Perda

Já não te pinto de preto.
Já nem quero abusar.
Mas sinto-me estranhamente alterado.
Porque quando perguntas algo, respondes por mim.

O meu cobertor aquece a tua alma.
O futuro é simplesmente antiquado.
O passado está muito à frente do desejo.
E tu?
Perdeste-te na máquina do tempo?
Escondeste-te na gaveta duma época?
Ou ficaste para trás na mudança do acto?

Proponho-me ao bom gosto da tua beleza.
Empenho-me na novidade que espero não ter um limite.
Cedo crédito ao amor sem cobrar juro ao ódio.
E canto com a voz do meu fantasma uma canção cega.

Quando saio, já não entro.
Quando choro, perco o sorriso.
Quando me esqueço, já não relembro.
E quando espero, já não me atraso mais.

Doce perda que te vingaste de mim…


escrito por Pedro Monteiro

Thursday, May 26, 2005

Je Fais De Toi Mon Essentiel

"Je sais ton amour
Je sais l'eau versée sur mon corps
Sentir son cou jour après jour
J'ai remonté les tourments pour m'approcher encore
J'ai ton désir ancré sur le mien
J'ai ton désir ancré à mes chevilles
Viens, rien ne nous retient à rien
Tout ne tient qu'a nous

Je fais de toi mon essentiel
Tu me fais naître parmi les hommes
Je fais de toi mon essentiel
Celle que j'aimerais plus que personne
Si tu veux qu'on s'apprenne
Si tu veux qu'on s'apprenne

Tu sais mon amour
Tu sais les mots sous mes silences
Ceux qu'ils avouent, couvrent et découvrent
J'ai à t'offrir des croyances
Pour conjurer l'absence
J'ai l'avenir gravé dans ta main
J'ai l'avenir tracé comme tu l'écris
Tiens, rien ne nous emmènes plus loin
Qu'un geste qui revient

Je fais de toi mon essentiel
Tu me fais naître parmi les hommes
Je fais de toi mon essentiel
Celle que j'aimerais plus que personne
Si tu veux qu'on s'apprenne
Si tu veux qu'on s'apprenne
Si tu veux qu'on s'apprenne...

Je ferai de toi mon essentiel
Mon essentiel
Si tu veux qu'on s'apprenne
Qu'on s'appartienne"

"Je Fais De Toi Mon Essentiel" de Emmanuel Moire

Sunday, May 22, 2005

no silêncio mudo da noite

“Perco-me na ternura da minha insanidade.
Temo pelo conforto da minha tristeza.
Assusto-me quando fecho os olhos.
No rebentar das ondas eu espero.
No pôr do sol eu fico.
Começarei de novo quando conseguir voar outra vez.
Virei as costas ao horizonte dos teus lábios.
Já nem os mergulhos no mar me lavam a alma.
Duma pequena ferida nascem grandes curas.
Dum grande sacrifício nasce um fantástico destino.
Estarei disposto a carregar este fardo.
Surpreendentemente estarei disposto a muito mais.
O mundo sofrerá alterações periódicas inesperadas.
Mas só eu sei.
Só eu escolherei.
Só eu saberei mudar.
E no frio da noite esconderei a minha eterna vontade de te dizer venci.
Ganhei o troféu da minha experiência de sorrir.
Perdi o da vontade de chorar.
Mas vencerei a batalha de decidir.
E ninguém, nem tu sentimento de culpa, me fará voltar atrás e esconder-me outra vez da minha verdade absurda que me escuta no silêncio mudo da noite."


escrito por Pedro Monteiro

Saturday, May 21, 2005

muito de nada

Tantos.
Tantas pessoas.
Tantas vozes.
Todos dizem o mesmo.
O chão do meu quarto é um mapa.
Cada vez que olho, pergunto-me onde ainda não estive.
Tantos sítios.
Tantas caras.
Tantas cicatrizes.
Meu corpo está tão marcado.
Meu tecto está pintado de vermelho.
Questiono-me se o meu toque mudou para me refugiar por aqui.
Poucos.
Poucos resistem.
Poucos expiram.
Na parede desenho um anjo negro.
Nas minhas veias corre o veneno da escuridão.
Nenhum.
Nenhum sobreviverá.
Nenhum sussurrará.
Espreito pelo ralo da fechadura da realidade.
E não vejo nada além da confusão que o mundo me propõe.



escrito por Pedro Monteiro

Friday, May 13, 2005


Um Esconderijo Comum

Encontro-me no meio de um pinhal.
Coloco a mão à frente da cara porque o sol fere-me os olhos.
Inspiro com muita vontade este ar puro.
A resina escorre nas árvores.
Baixo-me e sinto a terra no chão.
Terra húmida da estação primaveril.
Será uma nova etapa.
Ouço os barulhos dos ramos caírem.
Há pouco vi os pássaros emigrarem.
Apanhei uma bolota.
Sinto-me tão vivo.
Não tarda a noite cai e o esquilo rouba-me o seu alimento.
Esquecerei o dia.
Sou como um vampiro quando chega a noite.
Fico pálido e sem me lembrar da importância do sol.
Magoa-me como se espetasse uma faca no coração.
Não importa se irei embora.
Desde que volte.
Mesmo assim posso sempre voltar enquanto sonho.
Se não tiver mais um pesadelo.
Todos ficam contentes quando volto.
Todos me sorriem.
Mas apago as minhas memórias na noite.
No dia seguinte choro por não lembrar.
Fui roubado.
Minha paixão pela felicidade tornou-se um grão de areia num deserto longínquo.
O amor? Esse traiu-me com o ódio numa ilha misteriosa.
Revi-me numa cruz num jazigo.
Fico à espera que a noite me leve as memórias esquecidas do teu enigma.
As palavras aqui, soam-me a uma canção de embalar.
De noite o silêncio abafa o poema da liberdade.
No escuro ouço o que nunca esquecerei.
No meu pesadelo escondo-me numa gruta fria e suja.
Passaram as horas de ontem, de hoje e de amanhã.


Escrito por Pedro Monteiro