Vou-me esquecendo...
A vida é a minha grande aposta.
Luto para ganhar vontade.
E sofro mais uma desistência.
Não aprendi a ser sincero.
A minha transparência é um espelho embaciado que quem tiver paciência consegue ver...
Mas sei...
Sei que tu não mudaste por acaso...
Não compreendo...
Há tanto tempo que a confiança se quebrou.
Que já não sei quem és em mim...
Tenho noção que quando os teus olhos brilham,
Que te perco mais um pouco.
Mas não entendo...
Esqueceste quem foste...
E já não és ninguém.
Olho para ti e já não vejo nada...
Os teus olhos gritam de ilusão.
A tua boca emite sons longínquos e estranhos.
Estás presente mas noutro mar.
Volto com tristeza nas palavras.
Mas regresso com mais um disfarce.
Com a postura que acho melhor...
Mas sou puro, louco e cresço.
Dei-te sempre o toque da minha mão cansada.
E na minha fraqueza deste-me o teu esquecimento.
E acabam as minhas palavras para ti.
Mas vocês, anjos da guarda que me seguram.
A vossa preocupação ilumina-me neste escuro.
Convosco por perto sou forte, compreendo e sigo.
Convosco o tempo não tem ilusões.
Sem vocês o tempo só feria.
Sem vocês a distância sufocava.
Acreditar tem sido uma palavra que me faz morrer.
Mas com a vossa atenção, esperar é uma tecla de piano que me faz sentir.
Dos meus pesadelos, acordam-me e cantam-me uma canção de embalar para sonhar.
E sonho, acredito e espero...
escrito por Pedro Monteiro
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