Sunday, July 17, 2005

O fim


O cansaço apanhou-me.
Não aguento mesmo.
Peço desculpa, mas atingi o limite.
Não encontro solução e o tempo esgotou-se.
Não pedirei ajuda a Deus.
Ficaria tudo na mesma.
Malvado dia em que entraste sem permissão.
Sinto dor na alma.
Sinto angústia no peito.
Sinto o tremer das mãos.
É o pesadelo duma emoção.
Baixarei a cara para me esconder.
Pararei de lutar porque a força acabou.
Se desistir, perderei.
Se tentar mais uma vez, perderei.
Não me sobram hipóteses nenhumas.
Por aqui fico.
Assim vos deixo.
Fiz de mim um irreversível erro.
Por trás das grades da incerteza cumpro minha pena.
Não tenho mais janelas de ilusão.

Gostava de ser como fui, mas já não sou...


escrito por Pedro Monteiro

3 Comments:

Blogger Nuno said...

Será o fim realmente o fim?
Não será o abismo um novo despertar?
Mais um grande post. Sem mais palavras! Não é preciso, tu brincas com elas como ninguém.

10:45 AM  
Blogger xein said...

Tudo tem explicação meu amigo. Não queiras ser como já foste... Se és o que és, a ti o deves e podes mudá-lo!!! Acredita que sei o que digo... Tu sabes!!!


Sente-te...

6:59 AM  
Anonymous Anonymous said...

Este poema toca-me profundamente. Não sei quantas vezes já o li...e deixo aqui uma frase para ti.
"Quando não compreendemos a dor ela nos dilacera,quando entendemos seus fins ela nos aperfeiçoa."
Marco Natali
Bj

8:49 AM  

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