Alucinação
Estou farto de ser o palhaço que força um sorriso pintado.
Quero acreditar que amanha me sinto forte.
Escondi-me da luz que iluminou os teus defeitos.
Fechei-me na quebra do tempo falhado.
Corri e corri e não cheguei a lado nenhum.
Restou-me um nada cheio de vazio.
Sobrou-me uma lembrança escrita com pastéis de cores negras.
No toque da minha mão sente-se o tremer de um fantasma.
As minhas olheiras definem as insónias críticas de um passado chorado e arrependido.
Frio é o meu coração afastado da mente insana e isolada do mundo real.
Raros são aqueles momentos que valem tudo na vida.
Vício desconfortável que reapareceste nas minhas veias e que infectas sempre o meu sangue.
Guardo para mim todos os erros em que fui consciente.
Deprimo-me com a gargalhada da anedota da minha história.
Brindo à tua marcha a favor da felicidade.
Embebedo-me com lua e mar e sol na esperança de me esquecer do que já tinha sido esquecido.
Continuarei à espera de falar seguro desta insegurança.
Por agora prefiro alucinar no medo de acordar do sonho.
Nem sempre voltar atrás no tempo nos faz sentir bem.
Chegou a hora da evolução verbal de uma atitude.
Não me lembro do melhor.
Nem sequer me lembro do teu sorriso tão quente quanto o inferno nos oferece.
Não faltou nada.
Só me falhou a vontade vinda da paixão das palavras perdidas no sótão fechado do teu orgulho.
Mas por aqui fico evoluindo na força da minha voz e enfraquecendo na alucinação enviada pelo meu destino atormentado pelo sofrimento de um mergulho no teu oceano imenso.
Escrito por Pedro Monteiro
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